A noite mostrou-se doce quando chegou. Não sabia se pelo seu sorriso ou se pelo brilho do seu olhar... Estava iluminada pela entrega desejada por dois lábios que se uniram. Foi desenhada pelas linhas que marcavam a junção de dois corpos que se ansiavam.
Ele arrancou da praia à qual chamava praia microondas.... Quem se lembraria de colocar esse nome a um local como aquele? Fez uma quase dissertação para lhe explicar o porquê desse nome.
Ela sorriu escutando atentamente aquela explicação que quase lhe pareceu ridícula, mas que até fazia bastante sentido. Ele falava com tanta convicção que a fez acreditar que não existiria um nome mais certo para lhe atribuir.
A viagem foi extremamente agradável, foi mais que isso e tanto mais...
Trocavam olhares cúmplices e carícias deliciosas. O olhar dela derretia-se, enquanto ele tentava fixar os olhos na estrada. Era magnífica aquela sensação tranquila de felicidade inesperada.
De quando em quando, ele lançava-lhe aquele olhar penetrante e acariciava-lhe as mãos num tom carinhoso. Ela acariciava-lhe o rosto e o pescoço e dava-lhe leves beijos onde chegava. Teve o tempo necessário para acalmar o seu peito e o observar calmamente. Era lindo, sedutor, maravilhoso e tinha algo único que a atraía profundamente.
Chegaram. O bar onde a pensava levar estava fechado. Tudo era novo – para ela – naquele espaço em que se envolveram.
Passearam de mãos dadas. Quem os visse partilhar aqueles momentos facilmente os confundiria com um casal apaixonado... Mas a realidade era totalmente diferente. Eram duas pessoas fascinadas com o momento que partilhavam. Não existia um antes nem se preocupavam em pensar num depois (pelo menos para já). Desejavam-se, indiscutivelmente, cada vez mais.
Ficaste com algo de mim e eu guardei parte de ti – pensou ela.
Entraram num restaurante/bar lá perto. Beberam mais uma cerveja – desta vez optaram ambos por preta – enquanto conversavam. O desejo estava patente nos olhos de qualquer um deles. Mas tinham uma tranquilidade que quase parecia estranha. Trocaram carinhos e alguns beijos inocentes.
Quando saíram, ela caminhava mais à frente. Num impulso do momento olhou para trás... Queria tanto beijá-lo de novo! Ele brincou com a situação dizendo que não ia fugir. Abraçaram-se de novo. Olharam por segundos a paisagem linda que também a noite lhes tinha oferecido... E o tempo, invejoso de tais momentos, decidiu farpá-los de novo com um toque de realidade.
Despediram-se por essa noite, com a promessa de um encontro amanhã.
[Ana Nogs]
>>> To be continued...